A dada altura ele diz-me: “A razão porque nós somos muitos
amigos é porque somos dois homens que viajaram muito. As pessoas que viajem
muito tornam-se amigas…” Qualquer coisa assim, já não me lembro ao certo. Disse
que estávamos irmanados por termos viajado muito. E eu comecei a pensar que não
tinha viajado assim tanto como isso. - Este homem com certeza viajou muito mais
do que eu. E disse-lhe: “Pai (tratava-o por pai, porque ele perfilhou-me) eu
não viajei assim tanto. Estive em Amesterdão, em Paris… O pai deve ter viajado
muito mais do que eu.” E ele volta-se para mim e diz-me: “Eu!? Eu nunca saí
desta aldeia.”
António Barahona
(entrevista ao jornal i, 23/07/2018)
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