terça-feira, 12 de março de 2019

Entre a saliva e os sonhos há sempre

entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar
e uma noite a vida
começou a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam sozinhos

Alice Vieira


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