quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

O cabelo

Arrancando um cabelo da dourada cabeleira,
Dóris atou as minhas mãos como um prisioneiro de guerra.
A princípio ri às gargalhadas, pensando
que sacudiria facilmente as cadeias da minha Dóris.
Mas, sem forças para as romper, comecei a gemer
como se estivesse preso por grilhetas de ferro.
E agora, três vezes infeliz, vivo suspenso de um cabelo,
seguindo amarrado para onde a minha amante me leva.

Paulo Silenciário (séc. VI)

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