segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Corpo Iluminado, XII (Infinito presente)


Irrompe do teu corpo iluminado
Toda a luz de que o mundo sente a falta
Não a que mais reluz, só a mais alta
Só a que nos faz ver o outro lado

Do bosque, onde o futuro e o passado
Defrontam o presente que os assalta
Oh, combate indeciso a que nem falta
O sabor de saber-se ilimitado

Irrompe assim a luz entre os extremos
Da mesma renovada madrugada

E vibra cada instante um novo grito
Com essa luz do grito é que nós vemos
Que passado e futuro não são nada
Apenas o presente é infinito

David Mourão-Ferreira


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