Olha à tua volta. O que é que falta aqui?
Está uma belíssima noite, pelos padrões do Alasca,a cidade inteira enrolada a um canto da névoa
e a sala a transformar-se num mecanismo
adicional de solidão: retratos e livros misturados
nas estantes, memórias de que hoje, por inércia,
não consegues tirar qualquer proveito.
Quem foi o tolo que disse que a ausência
faz crescer o afecto? Guarda a tua raiva,
é um recurso precioso. Não te livras do turno
da noite, dos pensamentos neuróticos da tua cabeça,
uma espécie de monólogo das aulas de teatro. Mas
quem sabe o que o passado te reserva para esta insónia.
Pode ser whisky, ou preferes algo mais frutado?
Vítor Nogueira
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