segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Terror de te amar

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.

Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti eu criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.

Sophia de Mello Breyner Andresen

2 comentários:

  1. Sim, também é isso. Todos os perigos que nos ameaçam para lá do amor, as regras, as métricas, o protocolo da sensatez e o medo. Sobretudo o medo, sim, quando não se está tão perto do outro que tudo parece demasiado frágil e fugaz para poder ser dito no mundo real.

    Vou-te ler até ao fim, mesmo que eu não saiba quando é. Vou assinar P, apenas para distinguires as minhas mensagens. Apesar de me conheceres bem (agora), não me conheces bem e sempre fica algo por dizer. Agora que também te revelaste acho que posso dizer-te que já te tinha visto muito antes de te ter encontrado aqui. Vi-te aqui há poucos dias quando procurava, de novo, um certo poema que para mim fazia pouco sentido. Já te tinha encontrado há muito, talvez não to tivesse dito claramente com receio de violar a tua intimidade, que a minha já eu tinha violado há muito.

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Invictus

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