https://www.youtube.com/watch?v=di6R65UFBtw&list=RDdi6R65UFBtw&start_radio=1
Estes poemas que chegamDo meio da escuridão
De que ficamos incertos
Se têm autor ou não
Poemas às vezes perto
Da nossa própria razão
Que nos podem fazer ver
O dentro da nossa morte
As forças fora de nós
O dentro da nossa morte
As forças fora de nós
E a matéria da voz
Fabricada no mais fundo
Fabricada no mais fundo
De outro silêncio do mundo
Que serão eles senão
Que serão eles senão
Uma imensidão de voz
Que vem da terra calada
Que vem da terra calada
Do lado da solidão
Estes poemas que avançam
Estes poemas que avançam
No meio da escuridão
Até não serem mais nada
Até não serem mais nada
Que lápis, papel e mão
E esta tremenda atenção, este nada
Uma cegueira que apago
E esta tremenda atenção, este nada
Uma cegueira que apago
A luz por trás de outra mão
Tudo o que acende e me apaga
Tudo o que acende e me apaga
Alumiação de mais nada
Que a mão parada
Alumiação então
Que a mão parada
Alumiação então
De que esta mão me conduz
Por descaminhos de luz
Por descaminhos de luz
Ao centro da escuridão
Que é fácil a rima em 'ão'
Que é fácil a rima em 'ão'
Difícil é ver-se a luz
Rima ou não rima com a mão
Rima ou não rima com a mão
Herberto Helder
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