domingo, 30 de outubro de 2022

Poema

Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada

alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler

alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios

alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar

António José Forte

1 comentário:

  1. Chama

    Eu sei que me chamas
    E em chamas fico
    Mas porque não me chamas
    Com a tua boca
    Podes-me chamar
    Com a tua mão

    P.

    ResponderEliminar

The irreversible consequences of russification

Russian lessons started early, as soon as you entered elementary school. Zenith 5 pens were all the rage back then. I ran to my mother to pl...