Ele fixara em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma
leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às
vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva
humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua
liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo
de Deus. Nem servo do Diabo.
Lygia Fagundes Telles
Sem comentários:
Enviar um comentário