terça-feira, 23 de outubro de 2018

Querida Sophia: como os índios do seu poema

Querida Sophia: como os índios do seu poema
                        também eu procurei o país sem mal.
                        Em dez anos de exílio o imaginei
                        como os índios utópicos também eu queria
                        um outro Portugal em Portugal.
                        Mas quando regressei eu não o vi
                        como eles me perdi e nunca achei
                        o país sem mal.

                        Talvez a própria vida seja isto
                        passar montanha e mar sem se dar conta
                        de que o único sentido é procurar.
                        Como os índios do seu poema eu não desisto
                        sou um português errante a caminhar
                        em busca do país que não se encontra.

                        Manuel Alegre

Sem comentários:

Enviar um comentário

Diante do teu rosto tardio

Diante do teu rosto tardio, des- acompanhado entre noites que também me alteram, veio pôr-se algo que já um dia estivera connosco, in- cólum...