Conheces a angústia, amigo, o modo como vagarosamente se infiltra até doer nos ossos como se o frio pela janela aberta do coração vazio. Conheces essa viagem que desemboca em portos de países longínquos, cidades de pedra sob céus sem fim, ruas de solidão e morte que o sol nunca visita. E mesmo ao lado, os tubos recurvos da loucura, o labirinto transparente por onde te moves sem peso, longe, muito longe, dos pés. Quando dói demais endoidece-se, é uma forma de desviar a dor para olhos que não nos pertencem. Como se num filme em que fossemos o lado de fora e por dentro a dor a cansar. Não sei se sabes do que falo (receio mesmo tê-lo complicado). Tão pouco sei se existes (o mais que recebi de ti foi um silêncio em que acreditei que me ouvisses). Escrevo dirigindo-me a ti. Escrevo depondo nas tuas mãos o último grão de vida que resta nesta terra triste.
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