domingo, 30 de março de 2025

Quem és tu, de novo?


Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?

Quando o teu cheiro me leva as esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti é coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu pra negar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?

As redes são passageiras, as arquiteturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à Lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga

Quando o teto se escancara e se confunde com a Lua
A apontar-me o caminho melhor do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar que foste sempre a mais bela
Por favor, diz-me que és alguém, de novo?

Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem?

És tu, 
de novo

Jorge Palma


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